À SILHUETA


Afundo-me no airoso vazio da folha e tormentos
são palavras que cruzam velozes este caminho
e descaminho é o lícito atropelo dos momentos,
faróis cegando sonhos, na vilania do cadinho

O vazio inunda-me e há sonhos caídos de mim
na concha a mudez do mar e do navegante
num movimento de rotação sem fim,
aplaude no sono o espectador alucinante

Em todo o fado, a sátira desdita e combalida
há viver que se vive para além desta tela, e é real,
quão é este crescer da solidão da minha alma,

Que inflama e proclama a luz que se desvanece pálida
o argumentista recria-a e dá-lhe a tonalidade ideal
e nela revela-se a ironia castrando a minha calma...

Índia Libriana
(Agosto2007)

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